CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Amor-próprio
A honestidade é a respiração do
amor. Por meio dela eu estabeleço e mantenho conexões e, muito mais do que
isso, crio uma abertura para o amor-próprio.
Infelizmente falta no mundo
amor-próprio. Parece que a maioria de nós fomos alfabetizados em sentir que não
merecemos amor. Sentimentos de baixa autoestima, culpa e auto-ódio imperam,
fazendo-nos enxergar o amor-próprio de maneira disfuncional.
Bell Hooks salienta que “o amor-próprio
não pode florescer em isolamento” (HOOKS, 2020, P. 94). Esta proposição
novamente nos transporta para a importância que o outro tem para mim e de como
este outrem, conectado a mim, contribui para que a visão que tenho de mim mesmo
seja construída.
Mas devemos ir além para sair da
zona da autocentração. O amor-próprio ele existe quando confiança, compromisso,
cuidado, respeito e responsabilidade estão combinados. E da mesma maneira que
quero recebe-los, também posso dá-los, para o outro e para mim mesmo.
Se sentimos que é difícil demais
encontrar o caminho do amor-próprio necessitamos urgentemente entender as
origens desta autoestima frágil. Para tanto, temos muitos analistas que podem
nos ajudar.
Todavia, quando temos consciência
do que fazemos, parceiros como a autorresponsabilidade, autoafirmação e
autoaceitação se aglutinam para ajudar-nos no processo de encontrar o amor-próprio.
Dizendo de outra forma, o pensar criticamente sobre nós e sobre o mundo nos
auxiliará a sustentar nossas ações, propósitos, valores e objetivos (HOOKS,
95). Por isso a importância do autoconhecimento.
Por meio do autoconhecimento encontro
a autoaceitação e encontrando-a entendo que posso ser eu mesmo, e melhor, defender
esta premissa. Vontade muitas vezes impedida de ser exercida quando crianças
porque tínhamos que seguir o fluxo de todos ao nosso redor para sermos
acolhidos.
“O amor-próprio é a base da nossa
prática amorosa”, diz Bell Hooks (2020, p. 106). Sem ele não temos vitórias.
Então, não podemos nos esquecer que devemos ser as pessoas mais apaixonadas por
nós mesmos. Quando isso acontecer, facilmente receberemos o outro nesta conjugação
do amor e, com certeza, construiremos um mundo melhor.
Um fortíssimo abraço para você!
Referência:
HOOKS, Bell. Tudo sobre o amor. Trad. Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2021.
Devemos sim, ser as pessoas mais apaixonadas por nós mesmos! Isto não é ser ególatra, mas o é o primeiro passo para amar também os outros.
ResponderExcluirParabéns pelas sábias lições, Prezado Edu!!!