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domingo, 29 de outubro de 2023

Amor-próprio

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SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA


Amor-próprio

A honestidade é a respiração do amor. Por meio dela eu estabeleço e mantenho conexões e, muito mais do que isso, crio uma abertura para o amor-próprio.

Infelizmente falta no mundo amor-próprio. Parece que a maioria de nós fomos alfabetizados em sentir que não merecemos amor. Sentimentos de baixa autoestima, culpa e auto-ódio imperam, fazendo-nos enxergar o amor-próprio de maneira disfuncional.

Bell Hooks salienta que “o amor-próprio não pode florescer em isolamento” (HOOKS, 2020, P. 94). Esta proposição novamente nos transporta para a importância que o outro tem para mim e de como este outrem, conectado a mim, contribui para que a visão que tenho de mim mesmo seja construída.

Mas devemos ir além para sair da zona da autocentração. O amor-próprio ele existe quando confiança, compromisso, cuidado, respeito e responsabilidade estão combinados. E da mesma maneira que quero recebe-los, também posso dá-los, para o outro e para mim mesmo.

Se sentimos que é difícil demais encontrar o caminho do amor-próprio necessitamos urgentemente entender as origens desta autoestima frágil. Para tanto, temos muitos analistas que podem nos ajudar.

Todavia, quando temos consciência do que fazemos, parceiros como a autorresponsabilidade, autoafirmação e autoaceitação se aglutinam para ajudar-nos no processo de encontrar o amor-próprio. Dizendo de outra forma, o pensar criticamente sobre nós e sobre o mundo nos auxiliará a sustentar nossas ações, propósitos, valores e objetivos (HOOKS, 95). Por isso a importância do autoconhecimento.

Por meio do autoconhecimento encontro a autoaceitação e encontrando-a entendo que posso ser eu mesmo, e melhor, defender esta premissa. Vontade muitas vezes impedida de ser exercida quando crianças porque tínhamos que seguir o fluxo de todos ao nosso redor para sermos acolhidos.

“O amor-próprio é a base da nossa prática amorosa”, diz Bell Hooks (2020, p. 106). Sem ele não temos vitórias. Então, não podemos nos esquecer que devemos ser as pessoas mais apaixonadas por nós mesmos. Quando isso acontecer, facilmente receberemos o outro nesta conjugação do amor e, com certeza, construiremos um mundo melhor.

 Um fortíssimo abraço para você!


Referência: 

HOOKS, Bell. Tudo sobre o amor. Trad. Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2021.

Um comentário:

  1. Devemos sim, ser as pessoas mais apaixonadas por nós mesmos! Isto não é ser ególatra, mas o é o primeiro passo para amar também os outros.
    Parabéns pelas sábias lições, Prezado Edu!!!

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