CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Transformando a reatividade em compreensão
O que nos impede de termos
relações mais saudáveis, sem dúvida nenhuma, são as nossas feridas. Muitas e muitas
vezes, o que o outro diz, a ação que realiza ou mesmo o lugar onde estivermos
podem ser gatilhos para dores ainda não elaboradas, pois o passado, quando não
trabalhado analiticamente, constantemente volta para nos lembrar que precisamos
buscar uma maneira, a mais equilibrada possível, de conviver com ele.
A questão mais preocupante, nesta
situação, é o fato de que tendemos a colocar a responsabilidade diante da maneira
como nos sentimos no outro, o que nos impede de trabalhar em prol da solução ou,
pelo menos, da minimização dos efeitos das feridas que nos seguem.
Diante disso, é interessante
percebermos que uma discussão, em que a reatividade impera, pode ser um mote
para entendermos o que está acontecendo dentro de nós.
Sendo assim, perguntas podem
emergir: Se estou discutindo com uma pessoa que tem uma importância significativa
para mim, não somos inimigos, estamos na mesma sintonia, então, por que estamos
agindo como inimigos, ou como duas pessoas que estão competindo para ver quem
será o vencedor da batalha?
Perguntas como estas fazem com
que entendamos de maneira mais racional o que está ocorrendo no momento, pois
nos incita a entrar no modo racionalidade. Tendo consciência do que está acontecendo,
consigo ter um controle mais efetivo e melhor da situação. Desta forma, posso
transformar numa compreensão saudável e madura, um contexto que poderia terminar
em desconexão.
Mas inicialmente citamos as feridas
que muito afetam nossos relacionamentos. Assim, outra pergunta se faz
pertinente: Diante da fala de um outrem, da ação de alguém ou do lugar onde me
encontro, por que me senti como me senti? Qual a ferida que foi atingida e que
me fez ter reações adversas daquelas que realmente gostaria de transfigurar?
Novamente a imersão para dentro
de nós auxiliará na busca por caminhos menos traumáticos, mais equilibrados, em
que a reatividade que tanto prejudica, será substituída pela compreensão. Mas
vale ressaltar: o afeto que eu vivencio é de responsabilidade minha, não de um
outro. Eu preciso rever minha existência, minha história, para me entender melhor
e, consequentemente conviver melhor com o meu próximo.
Um fortíssimo abraço para você!
Ótimas reflexões acerca da reatividade x compreensão!! Parabéns, Edu!!!
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