CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Os sabores da curiosidade
Você sabia que a curiosidade tem
dois sabores: o agradável e o desagradável? Este achado foi descoberto por Jordan
Litman e Paul Silva, ambos psicólogos.
Quando a curiosidade indica
interesse se torna agradável, uma relação bem estreita com a fome pelo saber.
Mas quando se apresenta uma lacuna nas informações, entramos em um estado
inquieto e desagradável de precisar saber, sendo assim, a curiosidade pode
produzir um estado agradável ou de aversão.
Sabe aquela sensação de que você
esqueceu de algo importante para dizer em uma palestra? Então você diz: - Nossa!
O que é mesmo que eu tinha em mente para endossar esta afirmação? Neste momento
você entra em um estado de contração, como se tentasse forçar o cérebro para te
lembrar do que havia esquecido. Quando a lembrança aparece, o alívio vem junto.
Outro exemplo, acredito que bem
real para quase todos nós, senão todos, é o fato de estarmos em um momento em
que o uso do celular não é possível, mas sentimos, pelo vibrado, que chegaram algumas
notificações. Enquanto não tivermos oportunidade de ver a, ou as mensagens que
chegaram não ficamos sossegados. Isso acontece por causa do sabor desagradável
que a curiosidade nos traz.
Preste atenção nos semáforos que
tem o tempo sendo projetado. A sua ansiedade se torna bem menor do que estar
diante de semáforos que não possuem este recurso, pois o alívio de um estado
negativo - que neste caso é a espera - é bem compensador.
O que pode ser bem compensador também
é o fato de a curiosidade nos impulsionar a uma procura que não vai requerer
muito esforço pela alegria da recompensa.
Mas o que é mais importante é
constatar que é a curiosidade que faz com que sobrevivamos no mundo, além de
trazer a alegria da descoberta, por causa do aprendizado, que é o início do fim
da busca, porque o saber é sempre inconcluso.
Um
fortíssimo abraço para você!
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