CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
PAIS E MÃES EMOCIONALMENTE IMATUROS
O laço mais forte que temos nos
primeiros relacionamentos da vida é com os nossos pais. São a estes seres que
nos rendemos ao amor e que nos apegamos quando estamos com fome, com medo,
irritados, preocupados, ansiosos, cansados e doentes.
O que
vai medir o sucesso emocional da vida de um adulto é a intensidade do laço com
os pais que eles tiveram quando crianças. Isso é perceptível, pois quando
estamos bem, podemos estar na companhia de qualquer outra pessoa, mas quando estamos
angustiados são para nossos pais que recorremos.
Quando
os pais são emocionalmente imaturos os filhos sofrem perdas emocionais enormes,
porque sempre são eles que serão as referências de aconchego visionada pelos
infantes. Ir ao encontro de quem não está preparado para ajudar é encontrar com
a frustração e a dor emocional que pode se transformar em ansiedade e
depressão.
Antes
disso, as crianças transfiguram raiva, que é um instrumento de adaptação,
diante de uma situação em que a criança não consegue ter recursos para
suportar. Talvez não saibamos, mas esta raiva precisa ser externalizada, pois a
internalização deste sentimento, tende a transformá-los em pessoas extremamente
autocríticas e com um senso de culpa gigante. Esses predicativos negativos podem
levar as crianças a atos de cessação da vida.
Pais e
mães emocionalmente imaturos desejam que os filhos sejam como eles querem que
os filhos sejam. Evidentemente que queremos o melhor para nossos filhos, mas
tirar deles a autenticidade e o direito de ter um modus operanti próprio, é solapar
deles sua dignidade e, assim, maximizar a perda do ser, lançando-os na
inadequação com o mundo. Se meus pais não me aceitam, quem me aceitará? É o
pensamento que permeará suas vidas, lançando-os em um abismo em que qualquer
que possa salvar, será bem vindo. E isso pode ser bem perigoso.
Ser
emocionalmente imaturo é permitir-se a perda da sensibilidade, é deixar de lado
o bom senso e não permitir a autorreflexão, tornando-se pessoas extremamente destituídas
de autocontrole, o que pode ser e é uma tragédia para qualquer criança. Pensemos
nisso!
(na
próxima Conversa psicanalítica continuaremos com esta temática)
Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista
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