CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
A CONFORMIDADE E SUAS CORMOBIDADES
Querendo ou não temos que
admitir: a pressão que determinado grupo pode exercer sobre a gente, para que
nos alinhemos aos seus reclamos, é bastante relevante.
Segundo Elliot Aaron e Joshua
Aaron (2023), as idades entre 10 a 25 anos, são mais propensas a cederem mais
fácil às pressões de um grupo, porque ainda o sistema de autocontrole do
cérebro, responsável pelo planejamento, pensamento sobre o futuro e avaliação
de risco, ainda não está totalmente desenvolvido. Por isso, seres desta idade,
se envolvem em tantas situações de risco, porque acreditam que são excitantes
os momentos desafiadores, e não perigosos.
Também, se o indivíduo tiver baixa
autoestima, certamente irá aceitar com mais facilidade o que o grupo que o
pressiona irá lhe ofertar, sinalizando para nós que um efetivo preparo afetivo
é de grande valia desde a tenra idade.
Por isso é tão importante uma
educação pautada na afetividade, diálogo e muita interação social sadia, pois
formamos nossas ideias, consequentemente nossas ações, tendo como parâmetro o
grupo social com o qual estamos inseridos.
Um exemplo é percebermos o
quanto nas grandes cidades o índice de gentileza é muito mais baixo que nas
cidades interioranas. Não é preciso explicar o porquê deste fenômeno não é
mesmo? As metrópoles estão apinhadas de pessoas correndo de um lado para o
outro apenas existindo, sem sentido para a vida, a não ser o ganho para se
manter o mais confortável possível na selva de pedra em que estão.
Alguns estudos apontam para o
fato de que uma ajuda – como quando alguém se acidenta, ou está em apuros por
causa de alguma crise ou assalto - é mais fácil de ser conseguida em cidades
menores, pois o ritmo de vida é mais lento e há menos demandas de atenção dos
transeuntes. Neste caso e no caso da gentileza são as centenas de distrações
das cidades grandes que nos levam a sermos mais reificados, portanto, menos propensos
a exercer efetivamente nossa humanidade.
Também tem o fato de que se
você vir uma situação em que alguém está em apuros, mas perceber que as pessoas
ao redor não estão se importando, pode pensar que se ninguém está ajudando é porque
não deve ser tão grave assim e, como eles, passar de largo.
Todos estes ditos nos levam a
pensar em que devemos nos ater para não perdermos a faceta de sensibilidade
necessária para construirmos um mundo mais humano.
Vamos seguir ponderando...
Um forte abraço para você!
Referência:
AARON, Elliot e AARON, Joshua. O animal social. Trad. Marcelo Borges. São Paulo: 2023.
Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista

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