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domingo, 25 de dezembro de 2022

As piores formas de lidar com as emoções

               



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

As piores formas de lidar com as emoções

Como as emoções acontecem de maneira inevitável e, praticamente o tempo todo, é natural que busquemos formas de lidar com elas. E quanto a isso não há problema algum, até que nos sintamos sobrecarregados, com pensamentos intensos e recorremos a comportamentos problemáticos e a estratégias autodestrutivas.

A verdade é que devemos buscar meios de lidar com as emoções de maneira a nos sentir bem a longo prazo e não a apenas alguns minutos. Para tanto, precisamos conversar, para não incorrermos no risco de buscar apenas paliativos.

Recorrer ao álcool e as drogas será que é uma boa opção? Pense direitinho. Todos os dois fazem com que, a longo prazo, sintamos tremores, nos faz ter problemas para dormir, ansiedade, irritabilidade, depressão, agitação, náusea e abstinência quando decidimos dar um fim ao vício. Será que diante de todos esses efeitos colaterais vale a pena lançar mão deste dois algozes para minimizar os efeitos das emoções negativas que nos sobrevêm?

Outra saída muito procurada é a compulsão alimentar. Um exemplo desta é o aumento gigante de supermercados e atacadões por todo o Estado e país, para não dizer do mundo, logo após a pandemia do Covid 19.

Todavia, não nos é novidade as dificuldades oriundas desta maneira de viver, para além do aumento do peso corporal e da baixa autoestima.

Em seguida pensamos na queixa. Tudo bem que esta é muito comum e até une pessoas, mas quando se transforma numa ruminação dos aspectos negativos, não tem como não pensar que podemos perder amigos. Por ter se tornado algo negativo e persistente, transformando-nos em chatos ambulantes e quem se deleita em estar perto de pessoas assim?

Nos vem à mente também a evitação. Evidentemente que todos recorremos a ela, mas nem sempre dá certo, pois não podemos evitar de encontrar pessoas tóxicas, ou lugares desconfortáveis o tempo todo. A grande questão é entender que algumas situações precisam ser enfrentadas para serem, pelo menos, minimizadas. Temos que passar por elas para que elas passem.

Uma falácia que também entra no bojo das formas negativas para lidar com as emoções é o culpar outras pessoas. Robert Leahy (2021, p. 173). diz que “o problema de culparmos outras pessoas por nossos sentimentos é que isso nos leva a acreditar que não podemos fazer nada para mudar. Achamos que a mudança depende dos outros, e, é claro, eles estão completamente fora do nosso controle”. Acontece que culpando os outros nos sentimos indefesos, portanto, nos limitamos, impedindo assim, de avançar e de assumir nossas responsabilidades.

Continuaremos o assunto na próxima semana.

Um fortíssimo abraço para você. Até a próxima!


Referência:

LEAHY, Robert. Não acredite em tudo o que você sente. Trad. Sandra Maria Malmann da Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2021.

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