CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Amor que cura
É difícil demais acreditar em um
amor que cura, quando a maioria de nós não recebemos nem o básico deste
sentimento transformador.
Todavia não dá para ficarmos
olhando pelo retrovisor e murmurando a vida toda. Todos sofremos, uns menos, outros
mais; mas todos temos dores e feridas que insistem em nos assolar.
A grande questão é assumirmos o
que nos aconteceu, acreditar que temos certa parcela de responsabilidade e escolher
crescer. Quando agimos assim, escolhemos abraçar o amor que cura.
O amor que cura restaura a alma,
ajuda no prosseguir, mantêm a esperança e nos ensina que as dificuldades,
dores, frustrações e quedas fazem parte de uma vivência que quer se tornar extraordinária.
A dificuldade que temos em
reconhecer tudo isso é o fato de que o amor não é um produto midiático. Não o
amor verdadeiro. O que é apresentado é sempre um sentimento esfuziante, sufocante,
sofredor e instável.
O pior de tudo é que criamos
conceitos dentro da amostragem de um amor irreal, insano, cheio de malícia e
pretensões. E nos afastamos dos outros.
E como salienta Bell Hooks, “a
vida sem comunhão no amor com os outros seria menos realizada, independentemente
da extensão do amor-próprio” (HOOKS, 2021, p. 241). Ou seja, almas que se ligam
pelos laços do amor, encontram paz em meio ao caos, alivio em uma existência
cujas demandas não dão trégua e esperança para um mundo mergulhado no desamor.
Para tanto precisamos nos
permitir viver o amor, cultivando o perdão e a misericórdia, que são atributos
de cura. Unidos, o amor aparece e transforma, cresce e se espalha, atinge o
coração e cura.
Um
fortíssimo abraço para você!
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