sexta-feira, 17 de maio de 2024

Promovendo emoções positivas

                                



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA


                             Promovendo emoções positivas

A vida tem tantas demandas que muitas vezes não temos tempo nem de mensurar o que estamos fazendo e, muito menos, o que estamos sentindo quando estamos fazendo. Simplesmente parece que vivemos no automático e a vida vai acontecendo.

Mas sabemos que não dá para ser assim. Fazemos e sentimos, mesmo que acreditemos que não estamos sendo afetados.

A questão é que estar em consonância com o que sentimos nos faz mais humanos e mais honestos conosco mesmo e com os que estão ao nosso redor.

E hoje eu conclamo a vocês que conversemos sobre as emoções nos voltando para a promoção das positivas, pois acredito que, maximizando as positivas, minimizaremos os efeitos das negativas.

Não podemos esquecer que emoções são informações. O que sentimos tem a ver com o que está acontecendo conosco, então é importante ponderarmos nos momentos em que elas aparecem para que identifiquemos o que elas estão nos comunicando.

E por que tal atitude é importante? É pertinente porque as emoções desempenham um papel essencial nos processos de pensamentos, julgamentos e, isso reflete diretamente em nossas ações. O pesquisador Marc Brackett relata que “as emoções dão propósito, prioridade e foco ao nosso pensamento. Elas nos dizem o que fazer com o conhecimento que nossos sentidos transmitem. Ou seja, nos motivam a agir” (BRACKETT, 2021, p. 33).

Então, precisamos pensar em alguns passos para a promoção de emoções positivas para que nossas ações também sejam positivas.

O primeiro está relacionado com o humor. Se temos bom humor, somos mais propensos a termos uma quantidade maior de pensamentos positivos. Neste caso, uma brincadeira com os colegas de trabalho ou com a família ou assistir a um bom filme de comédia, podem ser boas atitudes para a potencialização das emoções positivas.

Parece discrepante, mas termos emoções negativas, em alguns contextos, pode ser interessante, pois têm funções construtivas. Por exemplo: ficar um pouco nervoso diante de uma apresentação, pode me levar a me preparar mais para aquele momento; ou temer o preenchimento de uma vaga de emprego pode ser construtivo para que eu não erre algumas informações interessantes. Isso nos mostra que olhar para as emoções negativas de maneira positiva, dependendo da situação, é uma promoção da emoção positiva.

No próximo artigo continuaremos essa conversa.

Um fortíssimo abraço para você! 

 

Referência:

BRACKETT, Marc. Permissão para sentir. Trad. Lívia de Almeida. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.


Instagram: baunilha45

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Erotomania: Conheça o transtorno psiquiátrico mostrado na série “Bebê Rena”

           Erotomania: Conheça o transtorno psiquiátrico mostrado na série “Bebê Rena”


A série aborda um transtorno psiquiátrico raro em que alguém acredita que uma pessoa famosa está apaixonada por ela, conta o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento


Créditos: Dr. Flávio H. Nascimento (MF Press Global) Foto Ilustrativa (Reprodução/Divulgação)


A nova série da Netflix, baseada em uma história real de ‘stalking’, a prática de perseguir uma outra pessoa de forma recorrente, tem chamado a atenção nas redes sociais e gerado polêmicas.


Na história, Martha desenvolve uma obsessão por Donny, um comediante em ascensão de carreira, e passa a persegui-lo durante anos, praticando até mesmo agressões físicas.


Créditos: Dr. Flávio H. Nascimento (MF Press Global) Foto Ilustrativa (Reprodução/Divulgação)

Qual o transtorno de Martha na série “Bebê rena”?


De acordo com o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, a personagem apresenta diversos sinais de um transtorno psiquiátrico raro, chamado erotomania.


A erotomania é um transtorno psiquiátrico que gera uma crença delirante de que uma pessoa famosa ou de uma alta classe social estaria secretamente apaixonada por ele, mesmo sem sinais concretos disso”.


O indivíduo também pode interpretar gestos neutros como prova desse amor imaginário, chegando a perseguir ou assediar a pessoa alvo”, explica Dr. Flávio H. Nascimento.


Principais sintomas da erotomania:


-  Interpretação distorcida de gestos neutros como prova do amor imaginário;


- Tentativas obsessivas de estabelecer contato com a pessoa alvo, mesmo quando não são bem-vindas;


-  Comportamento de perseguição ou assédio em relação à pessoa alvo;


-  Rejeição de evidências ou argumentos que contradigam a crença delirante;


-  Possíveis episódios de raiva ou agressão quando confrontado com a não reciprocidade do amor imaginário.


Créditos: Dr. Flávio H. Nascimento (MF Press Global) Foto Ilustrativa (Reprodução/Divulgação)


Sobre Dr. Flávio H. Nascimento


Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.

Procrastinação em Indivíduos com Elevado Quociente de Inteligência: Implicações Neurogenéticas e Cognitivas

  Procrastinação em Indivíduos com Elevado Quociente de Inteligência: Implicações Neurogenéticas e Cognitivas


Créditos - Foto: Divulgação / MF Press Global


No artigo publicado na revista Estudios y Perspectivas, Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, especialista em neurociências e genômica, investiga a complexa interação entre a procrastinação e a elevada inteligência, destacando a influência de fatores neurogenéticos, cognitivos e ambientais neste fenômeno. A pesquisa explora de maneira detalhada as causas subjacentes à procrastinação em indivíduos com alto Quociente de Inteligência (QI), especialmente aqueles que se situam entre os percentis 95 e 99 de QI, correspondendo a valores entre 125 e 135.


Fadiga Mental e Excesso de Pensamentos


Dr. Fabiano de Abreu identifica o excesso de pensamentos e a fadiga mental como contribuintes significativos para a procrastinação em pessoas de alto QI. Estes indivíduos, devido à sua capacidade elevada de processamento e análise de informações, frequentemente enfrentam uma sobrecarga cognitiva que pode diminuir a eficácia na execução de tarefas. Estudos anteriores, como o publicado na evista Journal of Applied Physiology, corroboram esta observação, indicando que a fadiga mental, decorrente de um intenso trabalho cognitivo, pode impactar negativamente o desempenho tanto físico quanto mental. Além disso, a pesquisa destaca que variações genéticas, especialmente aquelas relacionadas aos neurotransmissores como a dopamina, podem predispor esses indivíduos a um esgotamento cognitivo mais rápido, intensificando a procrastinação.


Economia de Energia Cerebral


Uma das teses centrais do artigo é a noção de economia de energia cerebral, que Dr. Fabiano de Abreu define como uma estratégia neuroadaptativa empregada por indivíduos de alto QI para gerenciar desafios de processamento intenso. Polimorfismos genéticos específicos, como destacado na investigação de Kohno mencionado no estudo, modulam a função executiva no córtex pré-frontal durante decisões, sugerindo que a otimização na alocação de recursos cognitivos é crucial para a sustentabilidade da eficiência mental desses indivíduos. Esta economia de recursos pode, paradoxalmente, resultar em períodos de procrastinação como forma de repouso cognitivo.


Desmotivação e Excesso de Informações


Dr. Fabiano de Abreu também aborda como o excesso de informações pode levar à desmotivação, outro fator crucial que contribui para a procrastinação. Pessoas de alto QI, ao processarem e analisarem um grande volume de dados, podem experienciar paralisia por análise, resultando em inação. A desmotivação surge não apenas da sobrecarga informacional, mas também da dificuldade em ver resultados concretos dessas análises, o que pode reforçar um ciclo de adiamento de decisões e ações.


Memórias Negativas e Ansiedade


Além disso, o autor do estudo destaca a influência de memórias negativas e ansiedade, que ativam respostas hormonais como o cortisol, contribuindo para a fadiga e, consequentemente, para a procrastinação. O estudo aponta para variações no gene BDNF, especificamente o polimorfismo Val66Met, que estão associadas a diferenças na resposta emocional e na regulação da ansiedade, influenciando diretamente a tendência à procrastinação em pessoas de alto QI.


Um aspecto interessante destacado é a diferença de padrão comportamental em indivíduos com QI acima de 140, onde se observa maior progresso nos projetos, o que sugere variações no funcionamento do córtex pré-frontal e nos mecanismos decisionais entre diferentes faixas de inteligência elevada.


Ademais, o perfeccionismo desadaptativo é discutido como um fator significativo na procrastinação. Conforme estudos citados pelo Dr. Fabiano de Abreu, a preocupação com erros e dúvidas sobre as ações estão significativamente relacionadas à procrastinação, especialmente em indivíduos com altas expectativas pessoais.


Este estudo é uma contribuição valiosa para o entendimento da procrastinação em pessoas de alto QI, oferecendo detalhes sobre como fatores neurogenéticos e cognitivos interagem para influenciar comportamentos procrastinatórios. O reconhecimento desses fatores é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes que auxiliem indivíduos de alto QI a superar a procrastinação e alcançar seu potencial máximo. A pesquisa abre caminho para futuras investigações que poderão explorar intervenções personalizadas, que levem em conta tanto os aspectos genéticos quanto ambientais, para mitigar os efeitos da procrastinação nesse demográfico específico.


Referências


Rodrigues, F. de A. A. (2024). Procrastinação em pessoas de alto QI. Estudios y Perspectivas.


Todos estão vulneráveis a um transtorno mental, afirma especialista

    Todos estão vulneráveis a um transtorno mental, afirma especialista


Desenvolver um transtorno mental é uma realidade mais próxima do que a maioria das pessoas imagina, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela


Créditos: Dr. Fabiano de Abreu Agrela (Helder Couto) Foto Ilustrativa (Freepik)


De acordo com a OMS - Organização Mundial da Saúde - em 2019 cerca de 1 bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental em todo o mundo, sendo 14% deles adolescentes. Isso mostra que mostra a grande prevalência de problemas de saúde mental na população mundial.


De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, todos possuem algum nível de predisposição a transtornos mentais, o que muda é a forma como elas podem se manifestar.


Créditos: Dr. Fabiano de Abreu Agrela (Helder Couto) Foto Ilustrativa (Freepik)

Todos possuem predisposições para um ou mais transtornos mentais ao longo da vida. Mas desenvolver algum desses transtornos depende da manifestação dessas predisposições, influenciado por fatores como traumas, fatores ambientais ou outras doenças”, afirma.


Nossos comportamentos não só mostram quem somos, mas podem influenciar como agimos e como nos sentimos. Alguns deles nos deixam mais propensos a desenvolver transtornos, o que, combinado com predisposições genéticas, influencia as nossas tendências individuaisEsses transtornos geralmente são resultado de uma mistura de fatores.Todos nós nascemos com algumas tendências que, em determinadas circunstâncias, podem levar a transtornos, todos estão propensos a isso em algum nível”.


Créditos: Dr. Fabiano de Abreu Agrela (Helder Couto) Foto Ilustrativa (Freepik)

Por exemplo, se uma pessoa que tem insegurança, introversão, perfeccionismo, etc., ela pode levar uma vida sem necessidade de ajuda profissional e nem mesmo perceber que possui características que se encaixam no Transtorno de Personalidade Evitativa (TPE), ao mesmo tempo em que pode passar por um trauma e tudo isso se manifestar na forma do transtorno”, afirma o Dr. Fabiano de Abreu.


Traços comportamentais de todos possuem semelhanças com transtornos


Se analisarmos isoladamente os traços comportamentais de uma pessoa, é possível identificar semelhanças com traços presentes em um ou mais transtornos de personalidade. Não necessariamente todos os traços precisam ser compatíveis, mas uma significativa maioria pode ser observada. Eu denomino isso como predisposição de personalidade, não de origem genética, que se assemelha à genética quando examinada através de sequenciamento de DNA ou imputação de dados brutos, dependendo do tamanho da amostra”.


Esse fenômeno pode levar alguém a acreditar equivocadamente que possui um transtorno mental, mas um transtorno se caracteriza quando esses traços se tornam nocivos. Isso deriva da intensidade desses traços, que é influenciada por fatores ambientais, como estilos de vida, estressores, traumas e outros elementos que intensificam esses traços ao ponto de causar prejuízos que podem ser diagnosticados como um transtorno. Portanto, este conceito abrange não apenas a predisposição genética per se, mas também uma predisposição que emerge da personalidade”, explica Dr. Fabiano de Abreu.


Créditos: Dr. Fabiano de Abreu Agrela (Helder Couto) Foto Ilustrativa (Freepik)


Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela


Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e  HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

O estresse como aliado

                                   



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA


                                    O ESTRESSE COMO ALIADO

Jamais devemos esquecer que nosso corpo e nossa mente são indivisíveis, ou seja, o que fazemos com um afeta o outro. Se cuidamos do corpo, cuidaremos também da mente e vice-versa. Tal pensar nos eleva a muitas reflexões, mas nesta conversa psicanalítica, vamos nos ater a importância dos pequenos estresses. Parece estranho colocar o estresse no pódio, mas sim, ele é importante em muitos momentos. Então vamos lá!

O eixo hipotálamo-pituitária-adrenal funciona como regulador do estresse, também é responsável por regular as emoções e o humor. É o lugar de origem de certos hormônios como o cortisol e a adrenalina. E veja que interessante: “os pesquisadores que estudam essa região do cérebro descobriram que a exposição a estressores leves do dia a dia, no início da vida, aumenta a capacidade futura de regular emoções e confere resiliência para o resto da vida” (BRACKETT, 2021, p. 48).

Outra pesquisa realizada pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford chegou a um consenso que as pessoas que vivenciam curtas crises de estresse têm um reforço na imunidade, além de ter um aumento no nível de moléculas que combatem o câncer.

Muitas vezes quando o estresse aparece tendemos a ter vontade de chorar. Quando choramos percebemos que sentimos um certo alívio, um determinado conforto. Isso acontece porque o choro carrega os hormônios do estresse para fora do corpo. Entendemos assim que o choro nos auxilia no combate ao estresse um pouco mais intenso.

Um elemento importante que nos ajuda no desafio de vencer o estresse é o sentimento de gratidão. Um estudo descobriu que a gratidão aumenta os níveis de oxigênio nos tecidos, acelera o processo de cura e fortalece o sistema imunológico. Também o riso, que pode ser espontâneo ou provocado aumenta o fluxo de betaendorfina, que melhoram o humor, e estimula os hormônios do crescimento.

Acresce que, mesmo diante de situações de estresse intenso, as pessoas que cultivam emoções positivas como amor, gratidão, esperança e assim por diante, se mostram menos propensas a desenvolverem sintomas depressivos.

E olha que interessante: o simples fato de saber que terá que fazer um discurso, certamente gera um pouco de estresse, mas o leve, o positivo e, este é tão efetivo que dobra a gravidade dos sintomas de alegria por dois dias.

Então tudo isso nos mostra que as emoções estimulam a liberação de neuroquímicos e hormônios benéficos que nos auxiliam a ter uma vida mais leve. E é isso é tudo o que desejamos!

Um fortíssimo abraço para você!

 

Referência:

BRACKETT, Marc. Permissão para sentir. Trad. Lívia de Almeida. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.


Instagram: baunilha45

Promovendo emoções positivas

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