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Palestras com convidados nacionais e internacionais evidenciaram a origem do gosto, a diversidade, cultura, entre outros temas; nesta terça-feira (5) acontece o último encontro e as inscrições ainda estão abertas
“A comida é como um mapa. [...] Ela nos ajuda a entender a cultura, a história e a identidade de um local”, tal frase dita pelo professor italiano Ernesto di Renzo resume um pouco do que foi o encontro de especialistas em gastronomia nas palestras do primeiro Seminário Internacional Queijo e Cultura, organizado pelo Centro de Referência do Queijo Artesanal, um espaço cultural e gastronômico inédito no País.
No evento que se iniciou em 1 de julho, já ocorreram três palestras que evidenciaram a importância da gastronomia não só para o paladar, mas para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Na sexta-feira (1), o primeiro encontro contou com a presença internacional do antropólogo italiano Ernesto di Renzo, especializado em alimentação, que comentou sobre as tradições do queijo e seu processo de fabricação. Também esteve presente o consultor técnico mineiro, Elmer de Almeida, esclarecendo para os convidados sobre leis e fiscalização do produto. Outra participação importante foi de Estela Mares, produtora do queijo Dona Iaiá. Ela revelou que a mãe foi a pioneira na produção e a tradição passa por todas gerações da família.
No sábado (2), Ernesto di Renzo retornou ao palco junto com Paulo Turziani, especialista brasileiro em educação para o gosto, para falar sobre “A Origem do Gosto”. Na primeira parte da palestra, o Chef Paulo Turziani destacou a conexão entre a gastronomia e tudo que conecta o organismo ao mundo exterior, como o desenvolvimento da inteligência corporal, a cultura, estética, emoções, sentimos e outros quesitos que se refletem diretamente na saúde e qualidade de vida de cada indivíduo.
Logo após, foi a vez do professor Ernesto di Renzo apresentar a diferença de sabor e gosto, além de evidenciar o quanto a natureza e a cultura podem influenciar na busca humana pela diversidade gastronômica. Em sua fala, Ernesto destacou como diversos países podem tratar diferentes alimentos de forma muito singular de acordo com suas crenças e raízes gastronômicas. Por fim, Ernesto di Renzo refletiu sobre como o alimento, bom ou ruim, é capaz de fazer o ser humano pensar, o que os transforma em uma espécie de "onívoros aumentados”, diferente dos animais que comem o que precisam, seres humanos comem para pensar e sentir.
Cozinha Mineira: cultura e território
No domingo, 3 de julho, Ernesto di Renzo falou novamente, desta vez acompanhado do Chef Eduardo Avelar, autor do projeto Territórios Gastronômicos que desenvolve as Identidades Culturais Gastronômicas. Na ocasião, o Chef Eduardo relatou sobre suas viagens que já passaram por mais de 650 cidades em Minas Gerais, além de suas visitas a diversos países, como Itália, em que descobriu mais sobre a cultura gastronômica de cada região. Para Eduardo Avelar, “a gastronomia conta a nossa história” e entender esse assunto é fundamental para o desenvolvimento social e econômico de cada país, além de valorizar a cultura do pertencimento.
Enquanto isso, Ernesto di Renzo deu continuidade ao assunto relatando sobre suas pesquisas em relação à gastronomia italiana. “Nós construímos a nossa sociabilidade através da mesa”, destacou o professor.
O Seminário Internacional Queijo e Cultura continua até esta terça-feira
Além dessas palestras, o seminário ainda contará com mais um encontro nesta terça-feira (5). O evento se encerra com a palestra “Centro de Referência do Queijo Artesanal”, que trará Célia Corsino, Gustavo Greco e José Lourenço para falar da importância do Centro e como ele deverá colaborar para a difusão da cultura, dos sabores e saberes associados à produção artesanal.
Com entrada gratuita, o evento está sendo realizado no auditório da mostra Modernos Eternos, com capacidade para o público de 90 pessoas presencialmente e vagas ilimitadas através da participação online. A retirada de ingressos pode ser feita pelo Sympla.
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