CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Mapeando a mente
Mapear a mente é uma importante
ação para vencermos os vícios. E, neste sentido, mapear significa ter
consciência do que o que estou fazendo não é algo que vai me ajudar a ter uma
vida mais saudável e, muito menos, tranquila.
Conversando com uma analisanda
ela relatou que tem muita dificuldade de tomar dois tipos de remédios que foram
prescritos para ela, por serem um pouco doces. Ela disse que sente como se a
garganta fechasse e se vê incapaz de ingeri-los. Conversando a respeito ela não
entendia o porquê, até conseguir lembrar de um momento na infância, em que,
tomando escondido alguns medicamentos de ASS infantil teve uma reação alérgica
que empolou todo o seu corpo.
Ou seja, a dificuldade que ela
está tendo agora com mais de 30 anos tem um lugar de início. Por isso houve o
recalque e o cérebro trabalhou para protege-la de outros possíveis surtos de
alergia, criando a impossibilidade de engolir os remédios.
Este fato foi muito recente,
então não sei ainda o desfecho, mas deu para entender que nosso psiquê trabalha
constantemente para nos proteger; mas no afã de nos livrar das angústias, pode
nos aprisionar em situações limitantes que podem atrapalhar nossa vivência no
mundo. Por isso é muito importante que identifiquemos como, onde e quando tudo
aconteceu. As vezes é difícil ter essa consciência sozinho. Neste caso,
precisamos procurar um psicanalista para nos auxiliar.
Outro fato muito relevante é
compreendermos que mudança de hábitos pode e dá muito trabalho, mas não precisa
ser doloroso. E preciso repetir esta verdade para mim: é trabalhoso, mas não
tem que ser doloroso. Pois a repetição é um fator importantíssimo na formação
de hábitos. E quando agimos assim, estamos trabalhando com nosso cérebro a
nosso favor.
Mapear a mente é um trabalho
duro, braçal. Lembra de Daniel-san no filme Karatê Kid? Ele não gostava daquelas
tarefas repetitivas dadas pelo senhor Myiagi, mas foram elas que o ajudaram a
ser um campeão.
Um
fortíssimo abraço para você!
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