CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
A BIOLOGIA DA CONFORMIDADE
É inacreditável como nosso cérebro
trabalha incansavelmente para que nos acheguemos a outros humanos. Realmente fomos
criados para a conexão. Você já percebeu que começamos a copiar os outros
quando ainda somos muito pequenos? Isso acontece para que a ligação entre as
pessoas possa se efetivar, dando-nos uma sensação de segurança oriunda da
sensação de comunidade.
Também uma pressão real acontece
conosco quando estamos em contato com o outro. Pressão esta que pode ser
imaginária também. Este mecanismo é chamado de conformidade. Nosso comportamento
ou, até mesmo nossas opiniões são alteradas em função do outro.
Tal comportamento é comum entre
os animais, mas por incrível que possa parecer, nós, seres humanos, somos
excepcionalmente propensos a esta ação. Neurocientistas atribuem esta façanha
aos neurônios-espelho, células que são especialistas em realizar ações quando
vemos outras pessoas realizando as mesmas atitudes.
Uma das principais funções dos
neurônios-espelho é facilitar o aprendizado social, que é um processo que é
conferido a nós por meio da observação. Mas isso tudo acontece praticamente de
forma inconsciente.
O que pode ser preocupante é o
fato de que a pressão da opinião do grupo pode imperar em alguns contextos,
mesmo não sendo algo tão valorativo assim, por medo do não pertencimento que
nos encerra. E por que acontece isso?
Porque não concordar com
nossos pares, significa ativar a amígdala cerebral justamente onde se processa
a dor e o medo, fazendo sentir então a rejeição social. Um fantasma que não
queremos encontrar justamente por causa de nosso carecimento de conexão. Assim
sendo, nossa necessidade de ter razão conflita com nossa necessidade de pertencimento,
causando-nos angústia.
Elliot e Joshua Aaron explicam
que “ao mesmo tempo, em muitas situações nós nos alinhamos com o comportamento
dos outros porque, quando a realidade física se torna cada vez mais incerta, as
pessoas confiam mais e mais na “realidade social (AARON E AARON, 2023, p. 141)”.
Diante desta situação algumas
perguntas podem surgir, tais como: o que devo fazer então? Com quais pessoas
devo me relacionar? Em quais grupos posso ter meu nome impresso?
E sigamos pensando...
Um grande abraço para você!
Referência:
AARON, Elliot e AARON, Joshua.
O animal social. Trad. Marcelo
Borges. São Paulo: 2023.
Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista
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