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sábado, 4 de março de 2023

As mulheres e a vulnerabilidade

            



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

As mulheres e a vulnerabilidade

Uma pesquisa realizada em solo norte-americano, mas que cabe bem para nossa sociedade sul-americana a respeito dos atributos mais importantes associados ao ser feminino é de nos fazer pensar. Sabe quais são? Veja bem: ser simpática, enquadrar em um ideal de magreza, mostrar que é humilde diante dos talentos que têm, ser caseira, cuidar bem dos filhos, investir em um relacionamento romântico, manter intimidade sexual dentro de um relação de compromisso e usar recursos financeiros para investir em sua aparência.

Evidentemente que se for o desejo de uma mulher perseguir estes atributos, quem somos nós para julgarmos, mas nivelá-las simplesmente por eles, parece justo?

Não sei se você percebeu, mas em nenhum dos atributos elencados têm uma relevância para a inteligência, ou melhor dizendo, para o conhecimento em si. Neste caso, para as mulheres, o conhecimento, segundo a pesquisa, é o que menos importa. Sendo assim, parece ou não assustador os resultados de um estudo como esse?

No mês de fevereiro fiz um trabalho com meus alunos e constatei que as pessoas que são referências para eles, são aquelas que têm beleza ou dinheiro, quando não os dois juntos. Tal constatação se torna preocupante por percebermos em que valores esta nova geração de jovens têm colocado seus alicerces.

Brené Brown, autora do já citado livro A coragem de ser imperfeito, relata que quando expôs uma pesquisa sobre a imperfeição, recebeu mensagens dizendo que realmente deveria abraçar essa causa. Obviamente que os destinatários estavam fazendo uma relação de sua aparência com o título da pesquisa.

O que não podemos perder de vista é que “a macrossociedade está sempre exercendo pressão sobre nós e, a não ser que tenhamos vontade de recuar e decidir lutar pelo que acreditamos o estado permanente de escassez se torna o modus operandi” (BROWN, 2016, p. 25).

Neste ínterim nasce a angústia. Como ser magra e esguia se meu corpo não tem um biótipo para se enquadrar? Como ter cintura fina se tenho uma expressão corporal mais forte?

Assim, é necessário que as mulheres vivam ousadamente, fazendo escolhas que desafiam toda esta pressão que as deixam amarguradas e muitas vezes tristes e depressivas.

Vamos continuar o assunto na próxima semana trazendo a angústia masculina.

Um fortíssimo abraço para você!

Instagram: baunilha45 e s48m7

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